WHY ARE YOU CRYING É UMA SÉRIE DE SHORT TEXTOS QUE CONTA MINHAS EMOÇÕES.
Não preciso correr
pra pegar o ônibus dessa vez, na cidade qualquer ônibus vai para o centro, me
sinto aliviada com a ideia. Espero toda a massa entrar, mas assim que chega
minha vez decido entrar no ônibus de trás, pois está mais vazio. Não olho para
o cobrador quando o entrego meu cartão, minha frustração é tamanha que só
consigo caminhar até o fundo e recostar na janela, onde olho para os imóveis,
mas tudo se pinta de azul e derrapo em meus pensamentos.
Como alguém pode ser tão estupido como aquele?
Questiono-me quatro vezes seguidas e solto um riso enraivado e contido, é tão
fácil ser enganada na internet! Ele não aparentava ser tão baixo... E aquele
sorriso? O jeito como encostou-se a mim fez meu cérebro gritar “ERRADO”
repetidas vezes. Indeciso e patético, ainda por cima baixo! E eu, burra, ainda
esqueci meu celular em sua mão, quase perco uma parte do corpo pra chegar a
tempo de acha-lo, espero não precisar ver seu rosto novamente.
-O lugar iluminado,
eu tô na frente, de vestido azul. – Um
bilhão de rapazes aparecem aglomerados frente a mim, meus olhos curiosos
procuram o cara certo, mas não sei bem como se parece. Respiro duas vezes e
confesso mentalmente meu desanimo, talvez eu só precise ficar chapada se nada
der certo. Capto-o, branco, alto, exalando um mistério ensaiado e malandragem
no olhar. Está longe o suficiente para que cheque meus próprios pés, me
sentindo uma criança, sem motivo eminente, talvez a roupa. Aceno e vou ao seu
encontro, solto um oi disfarçado e o abraço envergonhada. Apresento-o a minhas
duas amigas, logo nos separamos. Sentamos num banco e escondemos o nossos
celulares.
-Eu não gosto daquele tipo de musica.
-Muito menos eu... – Respondo e lá se vão duas horas de
minha vida, tão rápido que não consigo calcular. Meu celular toca num aviso de
que preciso ir para a casa de minha amiga.
-Você quer ir comigo? –Questiono, ele aceita sem hesitar.
Subo em sua moto e passo breves minutos sentindo-me como um pássaro. Ao chegar
conversamos por horas e ele fica. Ele beija meu pescoço, minha boca e me incita
a querer mais água do pote, mas o paro, então ele me abraça e dorme.